Basta

Basta,

não ignoro

meus atos e defeito,

as mentiras e os feitos,

basta, basta,

o miserável tédio

que me arrasta

de boca e mãos atadas,

basta, basta,

todavia me envaideço

truculento quebro e arreio,

mas sou forte, acho e enobreço,

basta,

de rir uma triste piada,

de empobrecer a risadas

e a calvice da comédia vetada,

basta,

se em teu seios

qualquer planto é vil

em outros braços não valerei um fio

basta,

pelas lacunas que separam a morte

dos braços mais cortes

praguejados pela própria sorte,

basta,

se em um tostão tem meu valor

reais serão o que esqueço

algo com quem se deixou,

basta,

por mim te vejo sempre

mas está ilusão que me deixa ausente

me transforma, beirando um demente,

basta,

escrevi o que me vem sair

menosprezo o assistir

daquilo que surge sem cair,

basta,

venha logo,

luto como posso,

nesse encontro me conforto

basta ao não encontrar de nossos olhos.

welber js
Enviado por welber js em 12/11/2021
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