Basta
Basta,
não ignoro
meus atos e defeito,
as mentiras e os feitos,
basta, basta,
o miserável tédio
que me arrasta
de boca e mãos atadas,
basta, basta,
todavia me envaideço
truculento quebro e arreio,
mas sou forte, acho e enobreço,
basta,
de rir uma triste piada,
de empobrecer a risadas
e a calvice da comédia vetada,
basta,
se em teu seios
qualquer planto é vil
em outros braços não valerei um fio
basta,
pelas lacunas que separam a morte
dos braços mais cortes
praguejados pela própria sorte,
basta,
se em um tostão tem meu valor
reais serão o que esqueço
algo com quem se deixou,
basta,
por mim te vejo sempre
mas está ilusão que me deixa ausente
me transforma, beirando um demente,
basta,
escrevi o que me vem sair
menosprezo o assistir
daquilo que surge sem cair,
basta,
venha logo,
luto como posso,
nesse encontro me conforto
basta ao não encontrar de nossos olhos.