DIÁRIO DA DEPRESSÃO
Viajei nos delírios dos problemas,
Fiz dos pesadelos, emblemas,
E naveguei em "mares" revoltos,
Em "ventos" soltos,
Em "praias" desertas e tais...
Tempos reais
Vividos pela alma
Em trauma
E choque.
Flutuei no mundo dos loucos
Com momentos poucos
De alguma lucidez.
Depreciando a vida
Em eiras de constante descida,
Alma entristecida,
Despenquei ladeira abaixo!
Desejei que o "poço" chegasse ao fundo,
D'esse descer profundo,
Sem fim.
Sem sentido, vi-me fantasma,
N'essa hora pasma
De plena solidão.
Só um facho de luz,
Era possível enxergar:
O amor, o grande amor,
De quem nunca desistiu de mim.
Ênio Azevedo
(Poesia, poesia; apenas poesia!