“NO MORE! OH, NEVER MORE!...”

nunca mais

(que saudade de camaleão de Seu Nélson)

nunca mais a turma chata de francês

nunca mais o jardim

nunca mais Estruturalismo

Lingüística

Estrutura do Ensino do 1º Grau

novidades

ai, Deus, quantas saudades

nunca mais João Oliva arrastando

a perna em direção ao prédio novo

nunca mais aquela vagareza de Olguinha

nem Seu Wellington Elias

procurando Aurinha

a dentuça de Fio branco

a elegância de Johnny

oh, eu morro!

saudades de Adventures in English Literature

da eloqüência avassaladora de “Termópilas”

da visão sócio-político-econômico-cultural-catatal-geral de Padre Ovídio

nunca mais reclamar o aumento

de preço do cafezinho

nunca mais o Inferno de Dante

O Paraíso de Milton

a Biblioteca

Seu João

as madeixas loiras de Therèze

brilhando ao sol

Jorge Neto beijocando

o xangô de Luís Márcio

o comentário de Alceu Monteiro

as lágrimas da chorosa Helena

o alemão de Bernardo

o sermão de Wálter Leão

nunca mais o filho de Geovanina gritando

nunca mais fazer testes

esperar as notas

nada disso

nunca mais

graças a Deus?

1972

(poema de despedida - dia da minha formatura no Curso de Letras/UFS)