a morte de cada instante
Sou, mas entre devaneios
me suspendo nos braços
da carne, sigo as palavras
que me levam conforme
sua labuta, não sou grego
e não sou dessa terra, mas
o pus escorre por entre
minhas preces, e minha
vontade é de saber mais
sobre a semente adormecida,
do ser desavisado que se pôs
a desabitar, grito e as palavras são
as cadelas a espera do chicote,
não sei fazer vingança, por isso
morro dentro das coisas invisíveis,
porque também sei assombrar a
a luz que me fixou no sobrado
da esquina, sou brabo, no entanto,
as estrelas me entrelaça nessa noite,
percorre minhas veias e não me
diz mais que seu escuro, sua dor
sua pulseira de prego e ferrugem,
ainda tem essa mulher que não
me esquece de esquecer, que
sabe latir e a zombar dos passarinhos
que me socorre, amo, mas mas não
tenho paciência com as baratas, bruto
sigo por entre as linhas da imaginação
a procura de um paraíso afrodisíaco,
onde me banharei com o mel que
sai das tetas das mulheres que
nunca tiveram filhos e que nada
sabe desse lado da torre, o chão
se estica conforme minha força
em pisá-lo, ando, não me canso
de não saber, sou escuro, sou ferro,
e me apavoro diante de uma candeia
á beira do caminho, escrevo esses
verso e meus dedos afogados não
sabe nada, além da morte de cada
instante, o que me acalenta é saber
que toda onda retorna ao mar quando
perde o ânimo.