Calafate

Estou no trem com destino a algum lugar que ainda não sei.

Talvez para o lugar que sempre pensei. Perto de um monte. Longe da gente.

Paisagens descobrindo as estações, passageiros vindos distantes: presentes em cada um sou eu.

Entre árvores, muros e prédios quase me perco ou esqueço a hora de acordar.

Artéria morta de aço se estende vagorosamente. Estações indefinidas por nomes desconhecidos.

Ferem a paisagem morta nas janelas e atormentadas pelo motor girando rodas e movimentando pessoas.

Rios de pressas de correntezas humanas, logo me leva por entre gentes se espalhando por escadarias e corredores.

Vilarinho é a glória anônima não reivindicada por ninguém.

Assim é a prece do passageiro anônimo: reza por tempo que ganha ou perde no trem.

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 08/11/2021
Código do texto: T7381375
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.