Calafate
Estou no trem com destino a algum lugar que ainda não sei.
Talvez para o lugar que sempre pensei. Perto de um monte. Longe da gente.
Paisagens descobrindo as estações, passageiros vindos distantes: presentes em cada um sou eu.
Entre árvores, muros e prédios quase me perco ou esqueço a hora de acordar.
Artéria morta de aço se estende vagorosamente. Estações indefinidas por nomes desconhecidos.
Ferem a paisagem morta nas janelas e atormentadas pelo motor girando rodas e movimentando pessoas.
Rios de pressas de correntezas humanas, logo me leva por entre gentes se espalhando por escadarias e corredores.
Vilarinho é a glória anônima não reivindicada por ninguém.
Assim é a prece do passageiro anônimo: reza por tempo que ganha ou perde no trem.