Poesia Moribunda
Você leitor de minhas tristes linhas
Já pensou em, na vida, colocar um ponto final?
Sem mais espaços, traços ou vírgulas
Entrar sem cerimônia no crepúsculo sepulcral?
Todos os dias o ímpeto de abreviar a estadia
Surge nos recantos escuros deste poeta
E se não fosse o aconchego desta ladainhas
Já teria me içado pelo pescoço como uma vela
Esse vício triste de escrever poesia moribunda
É o que me afasta momentaneamente do sarcófago
Por que neste mundo que tanto amor abunda
Eu vivo envolto em lençóis de tristeza e ódio?