Poesia Moribunda

Você leitor de minhas tristes linhas

Já pensou em, na vida, colocar um ponto final?

Sem mais espaços, traços ou vírgulas

Entrar sem cerimônia no crepúsculo sepulcral?

Todos os dias o ímpeto de abreviar a estadia

Surge nos recantos escuros deste poeta

E se não fosse o aconchego desta ladainhas

Já teria me içado pelo pescoço como uma vela

Esse vício triste de escrever poesia moribunda

É o que me afasta momentaneamente do sarcófago

Por que neste mundo que tanto amor abunda

Eu vivo envolto em lençóis de tristeza e ódio?

Murilo Paes Corrêa
Enviado por Murilo Paes Corrêa em 08/11/2021
Código do texto: T7381278
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