Trágica beleza
Um toque de uma flor
E não mais estou aqui
Apenas um toque
Resistir não pude
Sua beleza era tal qual
Os deuses desenham com mãos
Seu cheiro entorpeceu-me
Caí ao chão sem sentidos
Oh, flor, tenha piedade de mim!
Cura-me, tanto quanto me odeias
Tenha-me como ser que lhe admira
Atenha o amor que agora tive!
Flor do mal,
Tão bela!
Flor fatal, cor negra
Preta flor, venenosa
Ao vê-la lá nas alturas
A errada em tocar-lhe, eu fui
Eras e parecias tão serena
A pender com sombras e luz
A própria sombra agora sou
Estou inerte, ao solo
E só se movem meus olhos
Ao ver-te ainda imponente
Tirar a vida de outra curiosa
És feitio fazer
Não há quem lhe atenha,
Terrível ser!
Eu só queria enfeitar meu jardim
Com uma muda
Mudo o som, que desnuda
Cada segundo prostrada aqui
Cai a chuva
És feliz pois se banhas
És mais bela e viva que nunca
Em seu vestido de pétalas negras
E eu uso as vestes do partir
Perco o fôlego lentamente...
Estou morrendo
Morrendo por sentir o veneno
E a última imagem que me vem
É tua estatura, teu olhar
Flor, que quis para mim carregar
Unicamente ninguém te poderá ter
E isso é fabuloso.
E quanto a mim, sabemos, eu mereci.