Passeio no sonho
Ganhei a rua no meio da madrugada
Pisei em caminhos barulhentos
Trilhas escondidas em folhas secas,
Caídas, esquecidas pelo dia
O barulho dos cães vizinhos
Que disputa o espaço com os carros
Que trafegam na pista molhada e
Motos mostram que ainda não dormem
Eu que saí para enganar o estresse
Que veio morar comigo há tempos
Senti cheiro da chuva de outrora
Que ainda se faz ali, tão presente
Sentado no banco da praça,
Ouço um vizinho de hábito noturno
Cantar uma música de longe
Lá dos meus tempos de criança
Viajo ao passado dentro de nuvem
Que perde a forma lentamente
E extingue a chuva nova
Na qual minha alma desejava se lavar
É tempo de fazer o caminho de volta
E entrar por detrás do espelho
Que me trouxe ao mundo real
Mais calmo