OS ÓRGÃOS SOBREVIVEM

Morri e ao pó fui incompleto

Porque repleto

Foi viver em ti.

 

Meu órgão, teu sorriso meu sorriso,

Toda vez que for preciso,

Sorrirei sobre o teu riso

Continuando minha vida

Em teu viver.

 

A morte foi vencida pela vida!

Quando o meu coração deu a partida,

Que no teu peito, alegre, “dançou”,

E festejou a minha vida em tua vida.

 

Doei enquanto eu pude

E não há nenhum parente rude

Capaz de dizer que morri

Porque agora,

É em ti que o meu rosto sorri.

 

Doe órgão, antes que “doa a dor”!

Porque é o doador que vive,

Vive mais que o transplantado,

Pelo bem que foi “plantado”

Na “floresta” do amor.

                                               Ênio Azevedo