REENCONTRO

Vento frio.

Forte.

Chuva contínua.

Hoje, me trouxeram

à memória

minhas mães.

A dos Ventos,

minha guardiã.

A Avó,

meu anjo de guarda.

A do Peito,

de quem tenho andado afastado,

isolado.

Não por querência.

Mas por imposição

das situações,

das calamidades

que desabaram

sob nossas cabeças

e nos afetaram.

Nos afastamos,

ficamos quietos,

cada um no seu canto.

Feridos. Magoados.

Creio, que agora,

estejamos a nos reencontrar,

a reassumir nossos papéis,

mesmo, que seja,

a contra gosto de poucos.

Uma coisa é irreversível:

o amor que existe em nós.