Mortífera
Queria eu ser a boca que te beija
Nas tuas desventuras noturnas
Ser a paz que teu coração anseia
Em suas horas de caos diurnas
Mas ai de mim, um poeta falido
Escritor de rimas nulas infrutíferas
Em teus olhos somente o amigo
Ter em meus braços divindade mortífera
E me contento em afagar teus cabelos
Um poço fundo de escuridão sem lua
E dedicar meu mais profundo zelo
Mas quem sabe em algum devaneio
Tu em minha cama apareça nua
E faz desse poeta teu esteio