Mortífera

Queria eu ser a boca que te beija

Nas tuas desventuras noturnas

Ser a paz que teu coração anseia

Em suas horas de caos diurnas

Mas ai de mim, um poeta falido

Escritor de rimas nulas infrutíferas

Em teus olhos somente o amigo

Ter em meus braços divindade mortífera

E me contento em afagar teus cabelos

Um poço fundo de escuridão sem lua

E dedicar meu mais profundo zelo

Mas quem sabe em algum devaneio

Tu em minha cama apareça nua

E faz desse poeta teu esteio

Murilo Paes Corrêa
Enviado por Murilo Paes Corrêa em 04/11/2021
Reeditado em 17/11/2021
Código do texto: T7378185
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