Preta de Cravo e Canela
As escadas do morro,
Servem de passarela.
Rebolado,
Uma ginga
Ela é toda,
Só dela.
Deslumbrante visão,
Reluzente,
Aquarela.
Ela é dona do mundo,
E de toda favela.
O Cavaco no ritmo,
E o samba,
É sequela.
As matrizes da África,
Atabaques revelam.
Pede ao seu orixá,
No terreiro,
Uma vela.
Se alguém quer pisar,
Ela logo atropela.
Independente,
Faz o que quer,
Liberdade frequente.
Felicidade causa inveja,
Passista em destaque,
A comunidade,
Ela é pertencente.
Ensina que pode,
E o poder ta na mente,
Consegue quem luta,
Vitória iminente.
É dela,
E só dela,
Escolhas chancela,
Assume a tutela,
É preta,
É bela,
E a luz sobre ela,
Arruda protege,
Com cravo e canela.