São histórias antigas
São doces,
minhas histórias antigas
da mocidade:
com cantos
de passarinhos
ao nascer dos dias,
rosas florindo
à soleira das janelas
ou barulho forte das chuvas
p´las pingadeiras de telhados
em sons de vida;
histórias
de muitos pés descalços
saltitantes em terras molhadas
com brilhos e cores
ao retornar do sol.
Contos
de irrequietas crianças
em canções de roda
onde mora saudade,
ou correndo p´las areias
em tardes de brisas
com cheiros de frutas
enchendo cestas inteiras...
Até mesmo
de lembranças
das negras cansadas
(de pés machucados
e sonhos calados),
sentada nas esteiras
quando a noite caia.
Era
tudo tão doce,
mas assim tanto
eu ainda não, não sabia!...
Lana