Meu espelho me nega por três vezes, minha imagem foge
Meu espelho me nega, uma, duas, três vezes.
Imagino a presença de minha ausência tentando refletir.
"Por que não posso transitar nesse feixe de luz que contorna meu nada, meu oco, minha luz fugidia?"
Como queria poder refletir, minha saudação ao Esteves em frente à tabacaria, nessa dízima periódica imagética que reproduz-se no espelho da minha alma.
Se não me vejo, não existo no meu espelho, ou em qualquer espelho alheio, não sou nada, ou nada sou.
Aquilo que não toma forma diante da luz, inexiste, é-não-é.
Triste e solitário é aquele que não toma silhueta diante da luz.
Feliz é Alexandre, que mira com a Lazarina olhando a lua na flor do açude e acerta por convexão.