Eremita
Silencioso e incrédulo.
Conta estrelas em pensamento
Conta pensamentos às estrelas
Guardados em segredo
Clausura de desejos
Talvez alguns sonhos desfeitos
Sua vontade trabalha
Secretamente semeia
Terras do porvir
Só na fantasia realiza
Turbilhões de efeitos visuais
Um mínimo romance
Velho e já cansado
Cria e vive
Pensamentos
Esqueceu de andar
E hoje tem as pernas cortadas
Serradas pelas próprias mãos
Medrosas de desafios
Pensamentos
Desejos contados às estrelas
Tarde demais para criar
Largado de si
Tarde demais para voltar
Vida de fantasias
Tarde demais para chorar
E respira o fim da vida
Ainda sem coragem de começar.
Paula Cury