PRENUNCIANDO NOVEMBRO
Hoje, quando amanheci
Olhei para fora de mim
E vi o tempo nublado.
O solo ainda molhado
Do tanto que em mim choveu
Mas quem chovia não era eu.
Eram as nuvens pesarosas
Banhando o poema e a prosa
Com as águas da saudade...
E então chorei de verdade
E as nuvens condensadas
No espelho de minha alma
Escoaram torrencialmente
Numa enxurrada de dor
Até passar a trovoada
E me sobrar a estiada
De alma lavada e serena
Prenunciando novembro
Entre suspiros e respingos
Entre lembranças dos domingos
E os ecos ressoantes do passado que voltou...
By Nina Costa, in 31/10/2021.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.