Dia de redenção
Deixo de suicidar minhas manhãs dormindo
para ver lindas manhãs ensolaradas
com nuvem nenhuma no céu.
Belo dia pra caminhar
belo dia pra se energizar com o sol
belo dia pra fazer as paz com meu ego
bela praça de arbustos sombrios.
O pipoqueiro à espera de um troco
o artista aguardando a gravura vendida
que passeio agradável acompanhado do chimarrão.
Vinil raro, a preço raro!
quinquilharias a bel prazer
bonsai grande pela beleza
estatua morta, instável à moeda
cachorros latidos com sacos a tira colo
banda de rock tocando um blues
me transporta a tempos de vinil de 33’ rotações
e aquele frio pampeiro balançando o cachecol.
Bancos cheios de filhos no colo
abraço fraterno de saudade da semana toda
mamadeira morna de bico limpo;
lago cheio de gente a pedalar,
e os “moços” fazendo ativismo de alguma forma.
Ah! Praça linda de rua larga
e quem não desfilou por lá
pessoas vão pessoas vêm
entre uma paquera e outra,
olhando atentos os preços das mercadorias.
Na falta do lambe-lambe
a câmara digital registra o presente
que fica inerte como o passado
da gurizada correndo com bolas, cachorros
e pais atropelados por um tombo sadio
de gargalhadas e cócegas na barriga
até o entardecer de mais um domingo no parque.