ANGÚSTIA
ANGÚSTIA
Para que luzes
Com tanta escuridão
Olhos não brilham
Apenas derramam águas
Em tempos de sofreguidão
Suspira-se sem enredo
Tudo é arremedo
De vida que se esvai
A permanência é maior
Tal qual a angústia
O que fazer com tanto tempo
Poesia não é alimento
É vida que agoniza
Que se transforma num espiral
Bem ou mal
Segue-se num frenetismo
Abismo, de necessidades criadas
De procura incessante de nadas
Na frenética busca da permanência
Adiando cinzas de aventuras
Que se pensam venturas
Mas nada são além de insanidade
Solitária e envolta em cortina
Tudo se desatina
Em vidas escravas, vazias
Abarcadas de materialidades
Sem devaneios
Respirando sem sentido
Tudo são ruídos
Exponenciais nesta raça
Que se suicida sem magia
Apenas vive sem alforria
Na vertiginosa e fugidia
Vida, se assim se pode dizer