fome social
truculência vem de dentro e fora
o guarda, a grade, a câmera, a patrulha que ronda a escola
militarizaram as ideias
com a obediência do povo
o explorador decola
arranca covarde no mercadinho da vila
o orçamento que parecia esmola
não compra uma cesta básica
e lá vai a tia rompendo de esperança vazia
com quase nada na sacola
a porca gorda do capitalismo
só come expropriação
enquanto ela farta-se na lama
falta na mesa do Jão
não chega a oportunidade
é menos na vida da mãe, do tio, da pequena e do irmão
lucro na mão daqueles...
os que nem comem arroz e feijão
que gozam se chamando de patrão
são os mesmos que negam a vida
cobram propina de vacina,
negam auxílio e oferece ração
não divide dividendos
não compartilha sequer o pão