Com os olhos perdidos no horizonte, ela fitava as brancas espumas que mais pareciam cortinas de voil.

O barulho das águas ensaiava um show de dança sob a leveza de plumas brancas flutuantes no ar.

O silêncio do sol a desaparecer no horizonte fazia o corpo quase adormecer sob a areia morna.

O dançar das nuvens de múltiplas cores completava o cenário de arte e beleza.

De repente surge uma garça que não se contentou com a solidão do porto, rasga o véu das ondas do mar e se permite bailar.

A garça fez seu show e de repente outras garças também seguiram o ritual e o lugar se transformou em um paraíso.

Era só um aviso: o amor estava logo atrás da moça à espera que ela se virasse e estendesse o braço. Bastaria um toque.

Naquela aquarela cintilante nem se lembrava que o colorido do céu se tornara negro e que o frio do vento era puro calor.

A garça era só cantoria. Havia musicalidade em cada gesto e em cada parte do corpo, às vezes com som e em outras, nem precisava... Havia melodia em tudo.

 

 

Joyce Lima
Enviado por Joyce Lima em 28/10/2021
Reeditado em 30/10/2021
Código do texto: T7373717
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