Pobre Velho
Que fazes pobre velho aí sentado,
Sempre no mesmo lugar de fronte pendida?
Pensando na tua mocidade e sorris com desdém,
Conformado...
Trazes as barbas compridas e roupas mal tratadas...
As noites! Essas de angústia ao relento mal passadas
Como eu lamento e choro por te ver sozinho,
Abandonado!
A pensar n’alguém que te pudesse dar a mão....
Na família por exemplo,
Para quem ganhaste o pão...
No teu rosto uma lágrima corre devagarinho
Porque essa, a família,
Não se julga, já, na obrigação!
E tu assim andas sangrando do coração,
Sem carinho.
És tu, eu e aquele quando se atinge a idade
Gente que passa, indiferente,
A esta sociedade.
Olhai e protegei além o desventurado
Que caminha errante sem um lar nem pão
Finando-se no sofrimento e dor
Sem o estender d’uma mão
Ah! Como eu desejava um Mundo
Em solidariedade e Amor!!!
ODETE AIMÕES