sujeira
SUJEIRA
É sob a sombra
Que o meu fumar satisfaz
Num pedalar de carros
Subindo a ladeira baixa da agonia
E desce num caminhar lento
E respira a toxina da rotina
E pisca o metal da marmita
E a fome não quer
Veste-se preto
Veste-se moda
E se apaga numa pessoa desconhecida
E se acende na mulher alta
E se volta no jornal político
Pede para me sacanear
E é o que me deixa tonto
E é a rua que acabei de sujar.