PÁSSARO SEM ASAS

O "sabor" da vida está em datalhes,

Cujo "gosto", a rotina despercebe

E este saboroso "mel" só se percebe

Quando somos privados de tal "paladar".

Pormenores, aparentemente, tão insignificantes,

Mas que tornam-se gigantes

Quando as nossas mãos não os alcançam.

Privado de sua liberdade,

O homem descobre a verdade

Dos sabores consumidos,

Mas nunca assumidos

Como total prazer.

Mas livre,

Um simples momento de laser

Lhe faz ser

Um pássaro sem asas,

Que voa pelo mundo inteiro.

Ênio Azevedo