.

Um suntuoso véu carmim,

aveludado e sereno,

Recobre o fio de luz que ousa percorrer

A alma da noite:

Como acortinado tecido tejo

Que esconde tuas alvas curvas quando me amas,

Lustrando frestas de sombras e

de sol

Sobre o infanto oceano de meu

Coração.

Como quem contempla o céu

Põe-se a espia-lo,

Poema apergaminado de espirais lustrosas,

O ser inocente

deitado sobre a lua.

Escreve-se, aos teus olhos,

um jardim

De flores tímidas,

Rimando, maravilhosamente rimando,

as dores de minhas noites,

Fugidias aflições da alma solitária e

A pantanosa ressaca da manhã medrosa.

A inocente criança que repousa à delicada leitura de tuas formas,

Admira a beleza de seus versos

Sem, talvez, compreender.

Ou, talvez, compreendendo que

A beleza

Não necessariamente descreve o magnato ser infalível,

colossal Deus sereno que se não toca, se não vê,

Mas sim

Rompe da maravilhosa grandeza,

Das estrelas

Que caem.

[porque caem as estrelas do céu

sei que também eu:

cadente poeira dos astros,

Sou feita da mesma matéria

E me uno

em sua natureza].

Nicolle Ramponi
Enviado por Nicolle Ramponi em 24/10/2021
Reeditado em 24/10/2021
Código do texto: T7370581
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.