SALA DE TORTURA
Olhos torcionários
arremessam raivas,
terríveis, nocturnos.
Porque não diurnos?
Sombra que rastejas
brandindo ameaças,
temes-te de mim.
Porque não de ti?
Gargalhadas de ódio
sedentas de sangue
investem cá dentro.
Porque não lá fora?
Cigarros acesos
perfuram as carnes
fabricando gritos.
Porque não silêncios?
Cabeças perdidas,
navalhas, punhais
golpeiam de morte.
Porque não de vida?
Insultos sem êxito,
gases, asfixias
tentam desesperos.
Porque não esperança?
Prisão de Caxias, Outubro 1972
Olhos torcionários
arremessam raivas,
terríveis, nocturnos.
Porque não diurnos?
Sombra que rastejas
brandindo ameaças,
temes-te de mim.
Porque não de ti?
Gargalhadas de ódio
sedentas de sangue
investem cá dentro.
Porque não lá fora?
Cigarros acesos
perfuram as carnes
fabricando gritos.
Porque não silêncios?
Cabeças perdidas,
navalhas, punhais
golpeiam de morte.
Porque não de vida?
Insultos sem êxito,
gases, asfixias
tentam desesperos.
Porque não esperança?
Prisão de Caxias, Outubro 1972