A sociedade dos poetas mortos
Sagração
No dia em que fui sagrado poeta
em uma saudação simples,
discreta;
a poesia me dispensou
do desejo de possuir coisas.
Louros, fama, glória e troféus
E em troca me deu azas
Para voar além dos céus
Mas, que nunca usasse eu,
a palavra em vão
Sem a coragem para o gesto,
sem a pureza da intenção.
Palavra minha,
não deveria ser empregada para ferir, corromper, magoar ou seduzir.
Porque a poesia é uma modo sagrado de olhar
e com o mundo interagir.
então,
se não houver amor,
que minha boca se feche
em constrito silêncio;
Em principio,
me foi dado o direito
de escrever em voz alta.
Acordei,
sabor agridoce
na boca e na alma.
“ O dia entrou por baixo da minha porta arrastando suas sandálias
de luz”