A sociedade dos poetas mortos

Sagração

No dia em que fui sagrado poeta

em uma saudação simples,

discreta;

a poesia me dispensou

do desejo de possuir coisas.

Louros, fama, glória e troféus

E em troca me deu azas

Para voar além dos céus

Mas, que nunca usasse eu,

a palavra em vão

Sem a coragem para o gesto,

sem a pureza da intenção.

Palavra minha,

não deveria ser empregada para ferir, corromper, magoar ou seduzir.

Porque a poesia é uma modo sagrado de olhar

e com o mundo interagir.

então,

se não houver amor,

que minha boca se feche

em constrito silêncio;

Em principio,

me foi dado o direito

de escrever em voz alta.

Acordei,

sabor agridoce

na boca e na alma.

“ O dia entrou por baixo da minha porta arrastando suas sandálias

de luz”

Grácio Reis
Enviado por Grácio Reis em 22/10/2021
Reeditado em 24/01/2022
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