O reflexo do que restou
 

São tantas janelas isoladas

Que sinto depois da vidraça

São vidas sofridas na parte vão

Em metros de vidas achados

Que aparecem nas janelas

Da parede armada

De problemas construídos

Na solidão que habita

Pelo canto sofisticado

Da convivência social

Entre o indivíduo

E o reflexo do que restou

Separado de todo o contexto

Invertido na noite

Onde vejo as luzes

Das janelas sonolentas

Cabeças refletem na obscuridade

Das figuras que sofrem 

Para enganar e massificar as dores

De um rosto esgotado

Que busca uma página digna

Fora da janela isolada 

Pela vida que apaga

No anoitecer o sonho

Forjado pelo clarão da lua

E no barulho do mar sem vida

Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 22/10/2021
Código do texto: T7369401
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