Construção final

De algum jeito a dor no coração

passará descansado pelo seu corpo,

batendo ou não, valorizará de um jeito especial,

feito gente grande a regra do que não foi dançado.

Dançado na lembrança do dia que passou,

deixando o rastro da escuridão que surgia,

aliviado da lembrança que ficou

nos trilhos da recordação sem prorrogação.

Prorrogação lembrada na poesia

que partiu sem o efeito do bater da porta,

em olhar de despedida sem endereço,

para não sentir o oposto da ausência.

Ausência da partida caminhada nas areias

que as pegadas deixou em dor silenciada,

na composição sem rima mas perfeita

em sua construção final.