Casulo seco
Em pequenas letras escreves.
O que temes confessar?
De tão grande mesquinhez,
Já decides antes mesmo abortar.
Construtores de lentes.
Polindo olhares cansados.
Noutro lado,
Ofertando letras pequenas,
Mornas e amenas,
Com suspiros ao findar.
Eis o mar a sua frente!
Salgado, de ser vivente.
Queres certezas de mim?
Me pedes tanto do tão pouco que sou.
Como poderei dar certezas.
Se o que sei e tão fugaz.
Nada que se apalpe.
Nada que se meça.
Nada que se impeça.
Nada que se recalque
Direi um dia sobre mim?
Ando falando de bocas fechadas,
Coração gelado e alma morta.
Um casulo seco.