ENTRE O FOGO E O MEDO
ENTRE FOGO E MEDO
O fogo estável da procura,
Preso na voz,
Desce pela língua, solitário e fisicamente selvagem,
Quando a humanidade, ébria de erro,
Num qualquer onde,
Abriga-se de muitas incertezas.
As crenças, em mesmice,
Imploram dissipação e consumação,
E já não há espaço,
Em beijos vagos e impertinentes.
Os desenhos das linhas circulam,
Os relógios prontos para a morte,
Por dizeres extintos,
Que vêm em promessas invisíveis.
Os sonhos pintam gerações,
Para iluminarem, encherem e extravazarem,
O sangue transmutado,
Das permissões dissolvidas.
Sem raiz, o medo,
Não deve mais conseguir amedrontar.
Sofia Meireles.