Becos marginais

Moram amores e dores

Gente de nós

Com cata-ventos no peito

Na rua se olham encantados

Gente jovem reunida

São os mesmos

Vivem como os pais

Amam o futuro imprevisível

Fogem da chuva

Voam para o centro

Gente do novo

Língua da gíria

Corpos brilham no céu de anil

Becos doces marginais

Sexo e segredos molhados

Chamados a cobrar o ontem

Gente latina

Latidos ou coisa parecida

Vida prece e prenhe

Becos com saída

Para meu amigo Roger Ceccon (projeto “é preciso ser dois para ser louco”)