Ela II

Uma fúria,

Que até então,

Aparentemente,

Estava contida,

Tomou conta de

Cada parte de seu corpo

E alma deveras cansada

Entre os erros e acertos

Em seu dia a dia cinza

E em tentativas inúmeras

De esquecimento

De expectativas muitas e

Das impossibilidades tantas

E sempre disponíveis

E anulada ficou toda

E qualquer coisa sã

Que nela havia habitado

De, até então, dócil mulher,

Talvez nem tanto,

Ela colocou a vestimenta

De nome ira,

Ficou assustadora

E assustada com sua revolta

Abraçou seu próprio corpo

Em busca de alento

Olhou-se no espelho

E sentiu-se velha

Inteiramente!

Passada a tormenta que

Quase devasta sua sanidade

Voltou velho sentimento,

Saudade dos dias idos que

Ela foi musa de inspiração

E hoje sozinha versa a

Dorida desilusão.

POSAY
Enviado por POSAY em 16/10/2021
Código do texto: T7364672
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