Ela II
Uma fúria,
Que até então,
Aparentemente,
Estava contida,
Tomou conta de
Cada parte de seu corpo
E alma deveras cansada
Entre os erros e acertos
Em seu dia a dia cinza
E em tentativas inúmeras
De esquecimento
De expectativas muitas e
Das impossibilidades tantas
E sempre disponíveis
E anulada ficou toda
E qualquer coisa sã
Que nela havia habitado
De, até então, dócil mulher,
Talvez nem tanto,
Ela colocou a vestimenta
De nome ira,
Ficou assustadora
E assustada com sua revolta
Abraçou seu próprio corpo
Em busca de alento
Olhou-se no espelho
E sentiu-se velha
Inteiramente!
Passada a tormenta que
Quase devasta sua sanidade
Voltou velho sentimento,
Saudade dos dias idos que
Ela foi musa de inspiração
E hoje sozinha versa a
Dorida desilusão.