“... O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.”

Quis dar um tiro na cara
Do cara que a ameaçava
Com a feia feição brava

Tentara, como criança malcriada
Traçar destino distinto
Pela lama, não pela estrada
[Calçada

Aparecera perante crédula plateia
Sempre com belo texto na forma
Saturado, contudo, do nada
[Raso

Mexia com os brios de boas almas
Em maledicência, iluminava mexericos
Por que padece com o seu carma
[Indecência

“Acostuma-te à lama que te espera...”


Pintura As duas faces, de Rofernan