ALGUÉM QUE NÃO FOI GENTE PARA ME AMAR!

Faço o retrato num curto espaço

do arranjo da saudade que sobrou!

Miserável lembrança!

Sem banho tomado cheira à poeira do

abandono provido pelo seu coração!

Riscos esbeltos espetam os olhos,

traçam formas dando vida a sua

face sem sorriso!...

Novamente lembranças!

Agora nuas!

Sem máscaras!

Sem os panos de fundo e

sangrando os olhos que lapidam nova

tentativa de mudar a escultura do

seu rosto... com o riso!

Esboço o que retrato!...

Palavras nunca ditas e

jamais escritas!

Palavras!

Lavras do peito!

Letras infectadas que não conseguirão

sobreviver para formar outro nome!

Lembro-me, ainda, vagamente...

saudade ida,

dorida,

de alguém que não foi gente para me amar!

©Balsa Melo

25.07.06

Brasília - Recife

BALSA MELO (POETA DA SOLIDÃO)
Enviado por BALSA MELO (POETA DA SOLIDÃO) em 14/11/2007
Código do texto: T736351
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