ALGUÉM QUE NÃO FOI GENTE PARA ME AMAR!
Faço o retrato num curto espaço
do arranjo da saudade que sobrou!
Miserável lembrança!
Sem banho tomado cheira à poeira do
abandono provido pelo seu coração!
Riscos esbeltos espetam os olhos,
traçam formas dando vida a sua
face sem sorriso!...
Novamente lembranças!
Agora nuas!
Sem máscaras!
Sem os panos de fundo e
sangrando os olhos que lapidam nova
tentativa de mudar a escultura do
seu rosto... com o riso!
Esboço o que retrato!...
Palavras nunca ditas e
jamais escritas!
Palavras!
Lavras do peito!
Letras infectadas que não conseguirão
sobreviver para formar outro nome!
Lembro-me, ainda, vagamente...
saudade ida,
dorida,
de alguém que não foi gente para me amar!
©Balsa Melo
25.07.06
Brasília - Recife