A QUE JÁ NÃO É
De sobre as montanhas
Vem a que já não é.
Formada de insinuações,
Seu corpo se dissolve.
O coração que ela faz no ar,
Com seus longos dedos,
Dura o tempo do seu amor.
Ou seja, os relógios
Não registram.
O dia foi longo, como
Um suspiro sob a marquise
Do prédio em frente.
Tenho horas de dormir
E de acordar, que não
As cumpro. Foi o teu
Amor que me fez desa-
Creditar na eternidade.