A QUE JÁ NÃO É

De sobre as montanhas

Vem a que já não é.

Formada de insinuações,

Seu corpo se dissolve.

O coração que ela faz no ar,

Com seus longos dedos,

Dura o tempo do seu amor.

Ou seja, os relógios

Não registram.

O dia foi longo, como

Um suspiro sob a marquise

Do prédio em frente.

Tenho horas de dormir

E de acordar, que não

As cumpro. Foi o teu

Amor que me fez desa-

Creditar na eternidade.

João Barros
Enviado por João Barros em 13/10/2021
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