Talvez um último desabafo...
Queria que meu coração fosse feito de ferro,
pois assim ele não sentiria a dor de ser machucado.
Entretanto, o ferro se auto corrói,
assim como minha mente insiste em corroer o meu corpo, a minha alma...
Ó alma solitária, que vaga entre multidões sem nunca encontrar um lugar para descansar.
Meus pensamentos vagueiam entre o que deveria ser e o que ocorreu,
Entre o certo e o errado,
Entre mãe e pai...
Sou apenas mais um fantoche da vida,
ainda decidindo o que fazer com o restante de meus dias insólitos.
Não há amor que cure meu desgaste,
Não há paixão que cure minha descrença,
Não há cor que me anime neste planeta que continua a rodar mesmo eu escrevendo a minha desgraça.
Somente um caro leitor irá reparar em meu grito de socorro.
Socorro este que meu salvador desistiu de encontrar.
Socorro este que um passarinho esqueceu de cantar.
Socorro este que ficou engasgado na menina debaixo da janela.
Vida com dias conturbados que parece mais uma roleta russa de merda prestes a desabar em minha costa.
Somente um poema?
Ou somente um desabafo?
Sei que minha criatividade se esvaiu no mesmo instante que minha fé na humanidade,
Na minha fé em minha família,
Na minha fé em mim mesma também foi embora...
Somente palavras jogadas ao vento,
Sigo no relento de que alguém entenderá meu desabafo solitário.
Somente almas perdidas, encontram almas perdidas...
Peço a Deus por misericórdia, pois minha alma clama pela liberdade que apenas a morte trará...