AO GRITO DAS COISAS
AO GRITO DAS COISAS
As coisas, sem ninguém,
Rompem a vida,
Para atravessarem, cristalinas,
Os ruídos viajantes e próximos,
Do parecer calmo,
Lento e limpo,
Que diminui as dores,
Do adolescente caminho,
Vivente, através de uma humanidade cansada.
Infantil, o vício,
Recorda algo que teve,
Para quebrar repetições.
O pensamento escrito,
Ainda que nunca goste,
Floresce ante o corte,
Para jogar-se como uma perda enterrada.
Selvagem, o raciocínio,
Enlouquece, parado na serenidade.
Afirmativo, o olhar toca as saídas,
Com as manchas que se levantam,
Ante o avistar,
Que segue como um amigável bocejo.
Ao guiar-se pela quietude do vazio,
O progresso úmido, mas sedento,
Enoja, quando desce,
Para hospedar,
O que fica como uma subida.
O enforcamento colorido se deita,
Onde alguém já pintou o céu,
Com a edificação das cinzas.
A posição do orgulho, esquecida,
Dentro de um túnel,
Por tudo grita:
Enquanto o silêncio se faz.
Sofia Meireles.