AO GRITO DAS COISAS

AO GRITO DAS COISAS

As coisas, sem ninguém,

Rompem a vida,

Para atravessarem, cristalinas,

Os ruídos viajantes e próximos,

Do parecer calmo,

Lento e limpo,

Que diminui as dores,

Do adolescente caminho,

Vivente, através de uma humanidade cansada.

Infantil, o vício,

Recorda algo que teve,

Para quebrar repetições.

O pensamento escrito,

Ainda que nunca goste,

Floresce ante o corte,

Para jogar-se como uma perda enterrada.

Selvagem, o raciocínio,

Enlouquece, parado na serenidade.

Afirmativo, o olhar toca as saídas,

Com as manchas que se levantam,

Ante o avistar,

Que segue como um amigável bocejo.

Ao guiar-se pela quietude do vazio,

O progresso úmido, mas sedento,

Enoja, quando desce,

Para hospedar,

O que fica como uma subida.

O enforcamento colorido se deita,

Onde alguém já pintou o céu,

Com a edificação das cinzas.

A posição do orgulho, esquecida,

Dentro de um túnel,

Por tudo grita:

Enquanto o silêncio se faz.

Sofia Meireles.

Sofia Meireles
Enviado por Sofia Meireles em 11/10/2021
Código do texto: T7360963
Classificação de conteúdo: seguro