ADEUS ESTÁVEL

ADEUS ESTÁVEL

O adeus, já gasto pelas palavras em público,

Quando o amor já não fica,

Chega como um afastamento frio,

Onde tudo é feito de silêncio.

O olhar, com sabor de lágrima,

Toca, sem força,

As horas e as pedras,

No desvio de esperas inúteis.

Posicionado, o encontro com o nada,

Antigo, já não tem o que dar.

O outro, como uma coisa sem vez,

Diz do naufrágio da esperança,

E acredita que está próximo de uma qualquer possibilidade.

O tempo secreto,

Do físico abrigo,

Na realidade de hoje,

Apenas na verdade de um já,

E no agora da passagem absoluta,

Antecipa certezas.

O estremecimento murmurado e nomeado,

Mental, por dentro do que há,

Pede a sede de um passado envelhecido,

E, ainda assim, estável.

Sofia Meireles.

Sofia Meireles
Enviado por Sofia Meireles em 09/10/2021
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