AO VENCEDOR

Sonhos morrem todo dia,
não, não foi o que eu queria,
pensei era diferente,
me enganei redondamente.
Bem feito, quem mandou
entrar em canoa furada,
e ficar entusiasmada
com um vento que soprou.
Soprou manso no começo,
mas achou meu endereço
e tudo se modificou.
Virou, então, um tufão,
uma enorme ventania,
que roubou minha alegria,
roubou o meu coração.
Foi um enorme trambolhão
que levei, mas levantei,
não sou de ficar no chão
olhando passar a vida,
sem casa e sem comida...
Que é isso, meu irmão,
vou à luta, tenho garrra,
eu desfaço as amarras
e venço a desilusão.