ABORRECIMENTO MELANCÓLICO

ABORRECIMENTO MELANCÓLICO

A melancolia dos episódios,

Fala, sem nostalgia,

De todos os caminhos amigáveis,

Que se calam,

Ao redor da cobertura grosseira das recordações.

O atraso do andar desolado,

Nomeia a metade angelical do outro,

Para acariciar o apego total à rigidez.

A viagem sem volta se esquece,

Da umidade, sedenta por secura,

Que olha para a brincadeira,

Para alimentar-se de uma inquietude,

Silenciada pelo desassossego.

No coração da ternura,

O sempre pontua o sopro da suavidade,

Esfumado ante uma fortaleza próspera,

Por amar, preferencialmente, o poder.

A antiguidade vive habitualmente,

Onde os feitos do tempo,

Pisam sem ruído,

Em pretensões atuais.

A dor solitária,

Gasta os dias,

Cuspidos pela amargura,

Para sentir-se acompanhada.

A língua sem toque pronuncia as horas,

De um amanhecer grandioso,

Para consolidar-se no aborrecimento.

Sofia Meireles.

Sofia Meireles
Enviado por Sofia Meireles em 08/10/2021
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