MORTE
Ministra do Criador a serviço da dor, da separação. Ente sem céu,
malvada, cruel.
Morte que anula sonhos, alegria, orgulho, prepotência e vaidade.
Morte que afligi-nos com uma lembrança morta, assim, sem volta
Morte, cujas assas não oferece abrigo, apenas lágrimas, tristeza e
solidão.
Morte, pra quem a lógica não faz sentido, obscurantismo, terror,
temor. Não tem razão.
Morte que espreita a morbidez dos vivos, que mata a criança, frustra
o ferido e rouba a expectativa do velho.
Morte que regula a existência e nos trás a certeza e consciência de
um dia encontrá-la.
Morte, cujo tenebroso manto guarda os inescrutáveis e misteriosos
segredos do pós vida.
Em memória de um pobre cachorro de rua, o "cabritinho", morto
pela indiferença daqueles que se dizem humanos.
Camarajibe, 02 de outubro de 2021