EXISTO

Existo entre a inconsciência do corpo

e a consciência do mundo,

como um ponto indeterminado

entre o tempo e o espaço.

Existo na ilusão de ser livre,

único e admirável,

como se a razão

me colocasse no centro do universo

desvelando enigmas entre as palavras e as coisas.

Existo no delírio da extensão da matéria

preso aos apetites

que me acordam o corpo.

Existo anonimamente entre muitos outros

atravessado por signos, símbolos e imagens

que me adivinham.