NÃO HÁ FUTURO PARA TODOS

Não há futuro para todos.

O tempo virou privilégio

em um mundo cada vez menor,

onde a vida é quase inviável

e a civilização insustentável.

A morte está na ordem do dia.

A morte absoluta, selvagem,

ou em estado bruto.

A morte calculada,

institucionalizada,

como estatística e fato social.

Não há futuro para todos.

Não é recomendável nascer.

Somos todos dispensáveis.

Sobreviver custa caro,

é ser contra as más circunstâncias,

ou perecer antes de viver,

em uma época pouco respirável

onde Thanatos devora Eros

e a realidade é o pior dos pesadelos.