SACOLÃO TEI,TEI DE PÃO

Santura, uma felina faminta.

Mãe de uma gataria.

Morava no interior do Pará,

Numa vila chamada Piriá.

A gata logo que pariu,

Sete filhos no fundo do quintal.

Saiu a caçar comida,

E fazia miau, miau...

Com uma fome danada,

Avistou na precisão.

Em cima de uma bancada,

Sequinhos, broas e um sacolão.

As crianças corriam no terreiro,

Dona Maria ticava o derradeiro

E enquanto seu Zé, o açaí apanhava,

Santura sua artimanha mostrava.

Com suas garras afiadas,

Deu o bote certeiro.

Aproveitou a distração,

Derrubou tudo no chão.

Com o olhar comprido

E lijeira no pulo.

Não esperou a vassoura cantar,

O que levou a fome ia matar.

Eita minha gente!

A bixana levou o sacolão tei, tei de pão.

Lamentava dona Maria,

Sua falta de atenção.