somos feitos de crise
somos crises
somos caos, porque
nosso projeto ainda
anda,como anda as
moças a caminho da discoteca,
não somos paredes,
mas a queda frequente
de seus prumos
morremos e nascemos
no mesmo instante
e durante toda a vida
não lute, nem
labute, a dor é só
um refresco para novos
rostos, o que foi,
foi, agora, deixe o rio
cumprir sua jornada,
seu caminho, como tanto
carros que vemos na estrada
o que foi, foi, precisa morrer
para que o chão de um novo
amanha se prepare no seu
proprio ser, a jornada
é longa, mais que a rio
bahia, tão extensa
como amazonas ou do Nilo
é insatisfeita e perigosa,
o que foi, foi
não existe, savo
na memória, cada
crise é uma morte
entrelaçada ao nascimento
nascer é morrer
e morrer é nascer,
mas teu gesto aprendido
tem mãos firmes e arranca-lo
do pescoço não precisa
de força, mas de espera,
basta não fazer nada
para que a vida faça
seu trabalho, o ser
é eterno, mas não é permanente
não é o mar que muda (mas muda também,
pois ele é um ser)
mas o banhista que
se deixa mover, porque
antes de tudo, ama viver