A LEI DO RETORNO

Porque é que eu te amei?

Já me fiz a pergunta mil vezes

E mil vezes sem resposta fiquei

Esquadrinho os meus registos mais antigos

E vejo claramente que a criatura

É um ser desonesto

e um grande pantomineiro

Foram só mentiras

Ataviadas numa bela camuflagem

Por cima um roseiral

Por baixo um pardieiro

Conspurcando toda a linhagem.

Há coisas inexplicáveis

Ou o meu entendimento não chega lá!

Vivi uma farsa

Envolta numa auréola de luz e cor

A sintonia, a cumplicidade, a magia

Só existiram na minha imaginação

Era aproveitamento, o que eu julgava amor

Um salafrário não ama ninguém!

Caminhava para o precipício

Ia em sentido contramão

Carregando uma cesta cheia de lixo

Lavei a cesta e devolvo-ta cheia de rosas

Como diz alguém

Cada um dá o que tem de melhor no coração!

Há uma lei no universo

A mesma para borboletas e mariposas

Cedo ou tarde ela vem

É igual á pena de Talião

Eu vou continuar a reger-me pelo meu verso

E tu pagarás o teu quinhão

No entanto não te quero mal

Foi com o bem que eu fiz um trato

A lei do retorno é universal

Para que disso nunca te esqueças

Deixo colado na tua retina o meu retrato!

©Maria Dulce Leitao Reis

01/10/17

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 01/10/2021
Código do texto: T7354297
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