VULTOS E PASSOS
VULTOS E PASSOS
Há uma escuridão interna
Poreja sangue e não suor
Na porta do paraíso
Encontra-se a entrada do inferno
Escrever poesia em pandemia
Imaginando mortes
É mundo sem sortes
Será que há prazo de validade
Na mentira que é verdade
Combinar coisas a noite
E desfazer tudo a luz do dia
Há vultos e passos em corredores
Espalhando exercícios de ilusão
Relógios andam angustiados
Com tempos que parecem não correr
Leitura equivocadas às pamparras
Quem segura as barras?
Nada mais será como dante(s)
Escapar pela tangente
Neste dente por dente
Olho por olho cego
Janelando passantes
Com só caminho de ida
Ou caminhando só sem volta
Náufrago em terra seca
Afundando em areia movediça
Enquanto tudo arde
Verdadeiro crematório de vida