Ondas
- Na Orla do Gasômetro
Pouco antes da Primavera
-//-
Fecho meus olhos e ouço elas, as
Ondas
Ondas
Ondas
Ondas
Ondas
Ondas
Quebrando a metros de mim
Despertando meus multiversos
Que, em meu silêncio, tranquilamente jaziam.
Pensara eu, como surgiriam
Sob a luz crepuscular
Memórias de eventos passados
Logo hoje, para mim, retroagir?
Quando estava o navio a deslizar
Nestas águas, livre de cargas e fardos
Lá estava eu, entre os dispersos
Subitamente vendo-a ressurgir:
Me dei conta da plena consciência de meu lugar no mundo
Da total confiança de conhecer meu destino
Da certa esperança de que atracarei em meu próprio cais
Ainda que lá no horizonte, no profundo,
Mesmo que hesitante, me sentindo inquilino
Destas ondas que me tornam arrais
do meu próprio ser.
Cheguei a hesitar, sim! Pensar em manobras.
Mas, enquanto ainda as ondas
quebravam a metros de mim
Prossegui e percebi quem sou. Sob o Sol, em sublimação.
O meu ser, sem dobras
Seguindo a novos passos
Para tudo aquilo que logo surgirá...