Ondas

- Na Orla do Gasômetro

Pouco antes da Primavera

-//-

Fecho meus olhos e ouço elas, as

Ondas

Ondas

Ondas

Ondas

Ondas

Ondas

Quebrando a metros de mim

Despertando meus multiversos

Que, em meu silêncio, tranquilamente jaziam.

Pensara eu, como surgiriam

Sob a luz crepuscular

Memórias de eventos passados

Logo hoje, para mim, retroagir?

Quando estava o navio a deslizar

Nestas águas, livre de cargas e fardos

Lá estava eu, entre os dispersos

Subitamente vendo-a ressurgir:

Me dei conta da plena consciência de meu lugar no mundo

Da total confiança de conhecer meu destino

Da certa esperança de que atracarei em meu próprio cais

Ainda que lá no horizonte, no profundo,

Mesmo que hesitante, me sentindo inquilino

Destas ondas que me tornam arrais

do meu próprio ser.

Cheguei a hesitar, sim! Pensar em manobras.

Mas, enquanto ainda as ondas

quebravam a metros de mim

Prossegui e percebi quem sou. Sob o Sol, em sublimação.

O meu ser, sem dobras

Seguindo a novos passos

Para tudo aquilo que logo surgirá...

ALIVAVILA
Enviado por ALIVAVILA em 29/09/2021
Reeditado em 29/09/2021
Código do texto: T7352962
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