na sede de florescer
Na sede de florescer
Na fome do ser flores
Em cada amanhecer
que colore a dor
da semente sorrir
no grão - útero do tempo
No ventre - terra espelho nu
Vácuo vasto
Com cheirinho de caatinga
- mina de olhos sem água que tinge o cio da flor
que insiste e resiste em reluzir do
seu nascer pequeno
como menina fértil a engravidar
alegrias
E o céu como menino tolo a sorrir
da maciez que sorrir dos seus cheiros e das suas cores
Dessas flores vagabundas que
vem ao mundo
Só pra se prostituir
em qualquer esquina do mundo
Com a boniteza de sua alma
espalhada como tingimento
sagrado
em cada átomo do ar
a pulsar nos silêncios
do coração morada de cada um
de nós !