Não Sei Flertar
Geralmente escrevo
Para desabafar
Por terapia ou para, de amor, falar
Para inspirar e corações tocar
Mas talvez nesta alguém vai gargalhar
Porque eu descobri que não sei flertar
Tampouco o que devo
Fazer para, a atenção, chamar
Daquele que depois de tempos
Ficou nos meus pensamentos
Fez meu coração palpitar
É engraçado
Porque no passado
Sempre quem veio até a mim foi o rapaz
Sei que parece machista demais
Mas eu fui criada com meus avós afinal,
Que ensinaram que é ele quem dá o sinal
Sei que isso soa muito antiquado
Mas foi com eles que aprendi sobre amor,
Com eles e com experiências de dissabor,
Que aprendi sobre carinho, cuidado
Então eu tento me conservar assim
Pois é uma forma de conservar essa chama em mim
É, eu preciso confessar
Que tenho medo de me declarar
Das formas que sei
Que é por cartas, poesias, canção
De maneiras que hoje não usam mais
E receber indiferença, tanto faz
Mas de alguém que tem Romeu e Julieta como inspiração
O que esperar?
Eu sempre fui assim
Escrevi cartas, presentes mandei
E estou aqui escrevendo esta poesia
Por causa da adolescente que habita em mim
Que se pegou com esse dilema cômico:
Não sabe flertar,
A rainha dos amores platônicos,
Que se apaixona sem o outro suspeitar
Alguém que, muitas vezes, nem chegou a tocar
Vivendo uma gostosa nostalgia:
Enquanto lembrava, sorria,
De uma breve conversa de outro dia